segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Pornografia é arte

Recentemente, em São Paulo, uma pequena polêmica está excitando artistas, curadores, pedagogos, juristas e gente de outras especialidades em busca de momentânea notoriedade jornalística: o nu artístico é pornografia ou é arte? É que um vetusto museu, o MASP, proibiu para menores de 18 anos uma exposição sobre erotismo porque uma performance no MAC causou "furor" porque um artista estava nu e uma menina que conhecia ele mexeu no seu corpo e outras bobaginhas.

O verbo excitar usei por razões sacanas e óbvias.

A primeira reação dos artistas me pareceu abjeta: "Arte é arte; pornografia é pornografia".
Está aqui.
Ué...
...quem disse?

Desde que, em 1913, Duchamp assinou um urinol (sim, um urinol, e não uma pia de lavar as mãos) e acabou com a fronteira entre arte e vida, essa fronteira foi rompida.

Acontece que essa fronteira foi rompida de ambos os lados, senhoras e senhores. Um urinol virou Mona Lisa, Mona Lisa virou um urinol. Entre ambos, um pau.

Aconteceu essa maravilha no século 20: apenas respirar virou arte; rabiscar num papel virou vida. Respirar rabiscando ou rabiscar respirando é a mesma coisa.

Estou achando divertido e quase me comove que a modorrenta vidinha dos artistas brasileiros no seu vai-e-vem de exposição em exposição esteja sendo temperada por manifs.

É óbvio que eu sou contra qualquer tipo de censura. Mas ser a favor da liberdade de expressão é ser a favor da liberdade de expressão dos seus mais nojentos inimigos.

Quero dizer que a palavra de ordem "Arte não é pornografia" é reacionária: quer "proteger" a arte como não-pornográfica.

Por quê?

Se eu fosse jovem, defenderia a pornografia, não a arte.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Esses bancos, pobres bancos...





Poucas vezes vi uma manobra tão sórdida para socorrer os bancos brasileiros quanto a que está ocorrendo agora, no primeiro semestre de 2017. Criaram um aqueduto direto entre o fundo de garantia dos trabalhadores e as burras dos bancos. Disfarçaram isso de socorro aos trabalhadores.

O endividamento dos trabalhadores brasileiros é daquele tipo de imoralidade que todos conhecemos. Não tem paralelo no mundo e na História. Sob juros reais escandalosos, homens e mulheres tentam sobreviver no Brasil. Endividados, humilhados e combalidos.

Por certos motivos circunstanciais, os bancos brasileiros estão com dificuldade momentânea de obter os superlucros a que estão habituados. Então alguém teve uma ideia sensacional: vamos roubar aquele dinheiro inútil, que está lá, "parado": o fundo de garantia.

Contando com o habitual auxílio do governo e a sempre solerte colaboração da mídia, vieram com essa: vamos "liberar" o fundo de garantia para o trabalhador usar "como quiser". Ou seja, em vez de usar para comprar sua casa própria, ele pode usar esse dinheiro para... entregar aos bancos!

A manobra é de um cinismo tão agudo e de uma maldade tão brutal que não cabe em palavras. Cumprindo o que acabei de prometer, paro por aqui.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O assassinato de Paulo Francis




Franz Paul Trannin da Matta Heilborn (1930-1997)


A tevê me lembra que fazem vinte anos que Paulo Francis morreu, vítima de infarto, em Nova Iorque. Resolvi rever "Caro Francis", de Nelson Hoineff um extenso documentário sobre ele. Está no Youtube, aqui. Mais adiante aponto em que momentos aparece o assunto deste post.

Paulo Francis foi o jornalista mais inteligente, provocador e polêmico que o Brasil jamais teve. É o nosso equivalente de H. L. Mencken. A primeira vez que li seus textos tinha 13 anos, lendo o Pasquim, em 1969. Não entendia direito mas já adorava, principalmente em contraste com idiotas que habitavam o jornal, como o Ziraldo. Mais tarde, relendo suas crônicas, entendi quase tudo.

Francis foi trotskista, o que eu mesmo me tornaria mais tarde, em minha curtíssima vida de militante. Depois trocou essas ideias pelas próprias e no fim arrumou emprego na TV Globo, o que deixou a esquerda indignada mas não eu.

O flaflu da internet hoje está em polvorosa em torno da questão se foi o não a Lava-jato e o juiz Moro os responsáveis pelo AVC que matou Marisa Letícia Lula da Silva.

Paulo Francis teve um infarto também associado a uma perseguição, mas muito mais nítida: uma SA estatal resolveu persegui-lo pessoalmente como jornalista. Ironicamente, a mesmíssima Petrobras que hoje é satanizada como fonte de corrupção petista. No documentário, esse caso começa em 1:09:30 e vai até o fim.

Como funcionam as SAs como a Petrobras


Como funciona a gestão de uma Sociedade Anônima? É controlada pelos seus acionistas. Acontece que há um acionista majoritário, ou controlador, que como o nome diz controla tudo, principalmente a diretoria e as assembleias de acionistas. Os minoritários, portanto, são apenas figurativos, que estão lá para auferir os lucros oriundos das suas ações na companhia, desde que a gestão organizada pelo majoritário resulte em lucro.

Portanto, as SAs não são nem sociedades nem anônimas. A Petrobras, por exemplo, tem dono: chama-se Governo Federal Brasileiro. E este acionista majoritário tem um chefe, que se chama presidente da República. Esse cara nomeia e demite, a seu bel-prazer, o presidente da Petrobras. Além disso, o presidente da República diz ao presidente da Petrobras o que fazer ou deixar de fazer com um telefonema, sob pena de demiti-lo.

O presidente da Petrobras, portanto, é um funcionário subordinado ao presidente da República.

Muito bem, dando nomes aos bois: Paulo Francis, baseado em fontes que nunca revelou, declarou, aos quatro ventos no programa Manhattan Connection, que a Petrobras sempre foi a maior fonte de corrupção que o Brasil jamais teve, que era dirigida por uma quadrilha chefiada por seu presidente, um sujeito chamado Joel Rennó. Afirmou que os membros de sua diretoria tinham dinheiro na Suíça.

Paulo Francis antecipou em 20 anos algo que hoje qualquer sujeito em qualquer botequim do mundo sabe: a Petrobras é um celeiro de corrupção. Hoje isso tudo foi investigado. Na época, foi tudo ao contrário.

A diretoria da Petrobras em 1996 obviamente se sentiu pessoalmente ofendida. Então fizeram o seguinte: contrataram caríssimos advogados para processar Paulo Francis nos Estados Unidos por danos morais. Valor da ação: 100 milhões de dólares! Com que dinheiro eles moveram essa ação? Com dinheiro da Petrobrás! Ou seja, comprovando que agiam como bandidos e rapinadores, protegidos por... por quem mesmo?

Protegidos pela impunidade garantida por seu chefe: Fernando Henrique Cardoso.

Quando o mandante manda por omissão abjeta


Como Fernando Henrique fez isso? Ele jura de pés juntos que "sugeriu" ao Joel Rennó que retirasse a ação. Que explicou ao Rennó que "o Francis é assim mesmo, fala sem pensar...", "deixa pra lá...". E depois esqueceu o assunto, como é do seu feitio. O depoimento de José Serra e de Fernando Henrique no documentário está em 1:14:17 e 1:14:39 respectivamente. FHC termina assim: "Não sei. Tiraram a ação?". Pausa para vomitar.

Fernando Henrique nunca teve apego ao trabalho, isso é notório. Gosta mesmo é de honrarias, sempre quis ser presidente da ONU, daí tantas viagens internacionais. Entre as muitas comendas e medalhas que ostenta, está mais essa: a morte de Paulo Francis. No peito ignóbil de Fernando Henrique, haverá sempre cravada uma medalha à sua covardia, sua inoperância, sua preguiça mórbida, sua vaidade suprema.

Sabendo que seu chefe era um banana, um invertebrado, Rennó ignorou o conselho e continuou a ação absurda que exigia de um jornalista 100 milhões de dólares, usando (roubando) dinheiro do povo brasileiro para ajuizar a ação que dizia ser pessoal.

A conexão entre o processo e o infarto de Paulo Francis é admitido com maior ou menor ênfase por muitos depoimentos no documentário, de gente de todos os matizes, inclusive o nada "petralha" Diogo Mainardi. Sônia Nolasco, viúva de Francis, no final, totalmente combalida, afasta a hipótese. "Acho que era a hora dele". Mas suas lágrimas não mentem.

Fernando Henrique teve o descaramento de perguntar uma vez: "Ué... mas então não tiraram aquela ação?". É muito abjeto, muito enauseante.

Fernando Henrique Cardoso foi o menor Fernando Henrique Cardoso que o Brasil teve em toda sua história.

Paulo Francis foi o maior Paulo Francis que o Brasil teve em toda sua história.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Teori não foi assassinado. Mas ainda pode ser




Como a internet é uma imensa mesa de bar com 4 bilhões de pessoas e nenhum garçom, pouco me comovem teorias conspiratórias e as bobagens que pululam aqui. A novíssima é o "assassinato" do ministro do Supremo Teori Lavascki. Particularmente, prefiro atribuir a queda do avião ao fato de o sangue de San Gennaro não ter se tornado líquido nas mãos do papa Francisco em 16 de dezembro, o que sempre prenuncia catástrofes no ano seguinte.

Teori não foi assassinado pelo simples fato de que não há nenhuma prova ou indício disso. Pelo que aprendemos nos filmes policiais, temos um corpo e até motivos, mas não temos a arma. Ponto. Quando e se houver (daqui a um ano) conversamos de novo.

Afastada a hipótese de assassinato, resta saber como assassinar o ministro depois de morto. Tem dois jeitos:

1. Interromper a homologação das 77 delações premiadas que ele estava cuidando e aguardar a indicação de um outro ministro pelo Temer, citado 47 vezes só nas delações que vazaram. Esse processo pode se arrastar por meses e favorecerá a todos os delatados nas delações, especialmente as "novidades" tipo Temer e a turma do PSDB até agora protegidos por omissão pelo juiz Moro.

2. A presidente do supremo Cármen Lúcia distribuir o processo ao Gilmar Mendes, que anda de carona e de mãozinha dada com o Temer, além de ser conhecido por sua incontinência verbal e jurídica.

Agora vai começar uma lenga-lenga técnica para saber qual é a saída juridicamente correta para esse impasse. Não há. Vamos lembrar da posse do Sarney, que assumiu a presidência no grito.

Numa crise muito mais grave, Sarney foi empossado no grito


Em 1985, Tancredo Neves foi "eleito" por um maldito colégio eleitoral, numa eleição consentida pelos militares, uma vez que o movimento pelas Diretas Já foi barrado no Congresso, que já era tão podre quanto agora e quanto sempre foi. O candidato derrotado foi Paulo Maluf, ele mesmo.

Mas Tancredo ficou doente e não tomou posse. Não conseguia assinar o termo de posse. Aliás, estava mortinho da silva no dia em que assumiria a presidência.

O suspense foi terrível: e agora? O que fazer com o país? O primeiro presidente civil depois da ditadura estava tecnicamente morto (conspiradores diziam: "Foi assassinado pelo ACM!" etc.) e alguém tinha de tomar posse. Os militares já tinham recebido ordens de Washington de voltar à caserna. A história não suporta vácuo. As soluções eram empossar o segundo lugar (Maluf), convocar novas eleições indiretas ou... empossar o candidato a vice, José Sarney.

Ora, Sarney não era vice de nada, pois só seria vice se o presidente eleito tomasse posse. Portanto, no rigor da lei, não era porcaria nenhuma.

Então Ulysses Guimarães resolveu a parada no grito: "Assume o vice e ponto final!".

Ulysses era presidente da Câmara dos Deputados e não tinha tecnicamente autoridade para decidir porcaria nenhuma. Mas deu o grito na hora certa e resolveu a parada. Quem poderia dar esse grito hoje é a presidente do Supremo. Mas daí seria preciso que ela tenha um mínimo de espinha dorsal. Terá?

Sarney, que até então era do time dos militares, assumiu e fez um dos piores e mais desastrosos governos da História. Quando ele tomou posse, o general Figueiredo se recusou a passar a faixa, por considerá-lo um traidor. Para o Tancredo, passaria a faixa. Para o Sarney, não. Foi patético.

Foi assim, meninos. Eu vi.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Todo livro é de autoajuda




Vamos parar com essa história de classificar certos livros como sendo de "autoajuda" e outros não. Todo livro é de autoajuda pelo simples fato de que não vem com o autor junto para dialogar com você. É você, o livro e ninguém mais por perto.

Imagine um livro que estabeleça uma relação entre a filosofia de Kant e as composições de Anton Webern, que nem contemporâneos foram. O texto, quase ininteligível, não chegaria a conclusão alguma. Mostraria apenas intrincadas reflexões e traria no fim uma extensa bibliografia de livros que você jamais encontrará pois estão esgotados, dois terços deles em alemão.

Agora imagine um livro que traga 10 truques infalíveis para ser feliz, prontinhos para usar. Basta seguir os passos como numa receita de bolo. (Aliás, ninguém reclama da existência de livros de receitas culinárias, a não ser que as receitas sejam incompletas ou erradas ou metidas a filosóficas.)

O primeiro livro diz ao leitor: vire-se, tire suas próprias conclusões e não conte comigo. Em outras palavras... ajude-se! Trata-se visivelmente de um livro de autoajuda intelectual. Se você não entendeu nada, problema seu.

O segundo livro diz ao leitor: eu ajudo você a ser medíocre em sua mediocridade e garanto que após a leitura você será mais medíocre ainda. Siga esses conselhos e... faça! Trata-se também de um livro de autoajuda, só que honesto. Se você não ficou feliz, problema seu.

Este post não é uma "defesa" dos livros considerados de autoajuda. Escrevi apenas porque chavões me incomodam principalmente quando vêm de gente que usa chavões supostamente para combater chavões...

A diferença que existe, portanto, é entre livros rasos, escritos para gente simplória e rasa, e livros complexos, para gente mais instruída e cognitivamente mais sofisticada. Os primeiros vendem mais porque a esmagadora maioria dos habitantes é simplória e rasa.


sábado, 14 de janeiro de 2017

O bode na própria sala




Quando o ministro das Comunicações e mais-sei-lá-quê Gilberto Kassab anunciou e depois desanunciou o limite de acesso para a banda larga, fiquei com algumas pulgas atrás da orelha: quem era o bode e de quem era a sala? Enfim, a quem ele quis enganar com essa manobra? Nós, usuários e eleitores?

Acho que não. Acho que os políticos brasileiros estão desenvolvendo uma nova modalidade de bode-na-sala: o bode na própria sala. São tão abjetos que, com essa manobra, querem enganar seus donos, não seus eleitores.

Funciona assim (senta que lá vem teoria conspiratória):

1. Os donos (as teles, no caso) mandam uma ordem ao ministro: "Decreta ai um limite para a banda larga, inventa um "excesso" que não existia e nos deixe cobrar por esse novo excesso. Precisamos, queremos desesperadamente ganhar mais dinheiro sem fazer nenhum esforço extra. Faz parte da nossa natureza e é para isso que pusemos você aí".

2. O ministro engole em seco. Está numa enrascada. Sabe que vai levar paulada do segundo país com maior número de usuários da web do mundo. Que vai ser vítima de uma campanha não viral, mas virulenta. Engole em seco mas diz aos seus donos: "Sim sinhô".

3. E aí tem uma ideia genial. E se ele, em vez de simplesmente assinar a portaria e colocar a coisa em vigor, tratasse de anunciá-la?

4. Foi o que fez. Colocou a cara para bater e levou porrada de tudo quanto é lado. Então, com a cara sangrando e os primeiros hematomas, foi à casa do seus donos e argumentou: "Vejam só, vejam como eu apanhei. Acho que não vai dar certo... Que tal voltar atrás? Fico com a fama de covarde, indeciso, mas logo esquecem. E vocês nem tchum; afinal, as porradas levei eu".

Nenhum ministro é obrigado a "anunciar" medida nenhuma. Se estiver em suas atribuições, vai lá, assina e a coisa entra em vigor.

Quem anuncia quer testar. E quem quer testar quer colocar o holograma de um bode na sala, não um bode de verdade.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O príncipe dos psicopatas



Todos que fizeram ou tentaram fazer qualquer negócio com João Doria Júnior se deram muito mal. Desta vez, quem se dará mal são os paulistanos, que escolheram fazer o péssimo negócio de o elegerem.

Ao contrário do estado, a cidade de São Paulo tem um eleitorado nervoso, que raramente reelege prefeitos. O último que ficou mais de quatro anos foi Prestes Maia, fora Kassab, que era vice. Ingovernável e de problemas insolúveis, São Paulo gosta de mudar, mudar e mudar.

Seus prefeitos adotam sempre medidas anódinas ou laterais, que não atacam os principais inimigos da cidade: a máfia do transporte e a máfia do lixo. Um tira outdoors, outro pinta ciclovias. Por aqui, nas redondezas, o último prefeito que tentou se meter com a máfia do transporte levou um tiro na testa: Celso Daniel.

Doria ou tem compulsão pelo roubo, como aquelas pessoas que roubam até a própria faxineira, ou é um embusteiro consciente e incorrigível. Discutindo com uma amiga, defendi a primeira hipótese, a da cleptomania. Trata-se de uma afecção clínica, não de caráter.

Doria já foi prefeito de um pedacinho de São Paulo, a praça Claudio Abramo, em frente à sua empresa na época. Roubou o espaço público, instalando lá, sem nenhuma autorização, uma escultura de sua mulher, Bia Doria, como se ela fosse uma escultora que tivesse obras públicas. O caso está aqui.

Imaginem o que fará com uma cidade inteira à sua disposição.

Na hipótese de doença incontrolável, ele não conseguirá resistir. Na outra hipótese – falta de caráter – também não resistiria.

Empreendedor da própria imagem


Doria nunca fabricou um único palito de fósforos ou um único evento de natureza cultural ou educativo. Produziu eventos, revistas e programas de televisão com o claro objetivo de bajular empresários e gente de quem pretendia bater a carteira de alguma forma.

Agora ele tem nas mãos o quarto maior orçamento do país e governa a maior cidade do hemisfério sul do planeta. É fácil imaginar o que fará. Com 15 dias de governo, anunciou que vai roubar o leite das crianças do ensino fundamental.

Ao tomar posse, citou no discurso seu livro de cabeceira, escrito pelo Maquiavel moderno e considerado "a bíblia dos psicopatas". O livro se chama As 48 Leis do Poder, de Robert Greene. Um belo artigo de Eliane Brum a respeito foi publicado no El Pais. Está aqui.

Fez isso sem corar.

Doria foi eleito democraticamente. Lógico que deu uma roubadinha "básica" nos gastos de campanha interna do partido para ser candidato, o que fez o tucano há 20 anos Andrea Matarazzo sair indignado do partido, mas isso o povo do PSDB que se entenda e os paulistanos que o mereçam.

Uma vez, fiz uma reunião com João Doria porque a editora onde eu trabalhava faria um evento em Campos do Jordão. Avisei nossa diretora de Publicidade sobre os riscos, não adiantou nada. Ela estava hipnotizada pelo canto de sereia de João Doria Júnior.

Saí da reunião sem fechar nenhum negócio. Esperando o táxi, conferi minha carteira, estava no bolso.

Respirei aliviado.